Notícia do http://jn.pt
Cartoon denuncia o caos urbano
Formou-se em Arquitectura, no Porto, mas o lápis sorriu ao artista e a
caricatura abriu-lhe horizontes. Em Santa Maria da Feira mostra desenhos
satíricos intitulados «Errare Urbanum Est»
É arquitecto por formação e caricaturista por paixão. Começou a criar
formas e sombras quando ainda era estudante na Escola de Belas-Artes do
Porto. De então para cá, nunca mais parou. «Há 30 anos que trabalho em
projectos ligados ao urbanismo e à reabilitação dos centros históricos. As cidades perderam qualidade de vida e são menos coloridas», diz.
Entra-se na Biblioteca Municipal de Santa Maria da Feira e, nas paredes
brancas do importante e agradável centro de cultura, estão expostos 20
desenhos e cartoons a que o arquitecto Ferreira dos Santos intitulou
«Errare Urbanum Est».
O jogo de palavras não é inocente. Numa frase tenta-se denunciar a
quantidade de atropelos praticados contra o património, a floresta de
betão existente na maior parte das cidades, a desertificação do interior,
a falta de qualidade de vida nas grandes metrópoles.
Mau gosto
«As caricaturas reflectem não só a minha actividade de urbanista como
prolongam o meu empenhamento na denúncia do mau gosto arquitectónico que,
um pouco por todo o lado, tem invadido as nossas cidades e aldeias», diz.
Desassombrado e, por vezes, irónico com a realidade envolvente, o
arquitecto Ferreira dos Santos transportou para a paleta as cores e os
sentimentos, a irreverência do olhar e uma certa impotência perante a
descaracterização das cidades.
«Sou um técnico por formação e como tal, gosto de olhar a arquitectura das
cidades do meu país. Mas, por vezes, fico estarrecido com aquilo que vejo
à minha frente. Não é só a «maison» de cores garridas que perturba a
paisagem. Os mastodônticos centros comerciais e a inestética arquitectura
que apresentam também contribuem para o péssimo tipo de urbanismo. Por
isso, utilizo o lápis (e as cores) para criticar a falta de
sensibilidade», referiu.
Como a culpa não pode morrer solteira, o cartoonista soltou a língua. «A
maior parte dos autarcas não tem consciência daquilo que assina quando dá
luz verde a um projecto. Existe muita falta de preparação. Por exemplo, em
S. João da Madeira, existem cerca de 120 rotundas numa área de oito
quilómetros quadrados. Como foi possível tamanha barbaridade num
território tão pequeno?», pergunta.
Talvez por isso, o artista inspirou-se na caricata situação e criou um
cartoon onde o humor e a denúncia andam de braço dado. «Como existiu uma
fobia muito grande em importar modelos de outros países, a cidade perdeu
qualidade de vida urbana. Porém, não se pode demolir o que foi feito. As
gerações do futuro vão pagar uma factura muito grande», sustentou.
Se Fernando Pessoa definia as sátiras de Almada Negreiros como o «sorriso
do seu lápis», o arquitecto Ferreira dos Santos utiliza o cartoon e
caricatura como mensagem da cidade sonhada e que importa redescobrir.
Feita a apresentação da sua obra, resta dizer que o artista nasceu em
Cucujães, Oliveira de Azeméis e exerce funções na Direcção Regional do
Ambiente e Ordenamento do Território. O cartoon, diz, faz parte da sua
vivência. «Já não sei viver sem os desenhos. Agora sou feliz, mas a
caminhada não foi fácil».
Lugares de infância
«Nasci numa freguesia (Cucujães) marcada pela ruralidade. Por lá passei os
melhores tempos da minha infância e, por isso, recordo com alguma
nostalgia, os banhos no rio, os passeios na quinta onde vivia o meu avô,
os jogos tradicionais. Sempre que posso vou a Cucujães revisitar os
lugares da minha meninice»
Regresso a Tintin
«Nunca fui um apaixonado pela BD, mas sempre me interessou o boneco, o
desenho, a figura expressa. Mas a revista aos quadradinhos do Tintin
provocou atenção e curiosidade. Andei pelas Belas-Artes mas, em vez da
pintura, tornei-me um autodidacta da caricatura»
Pontes de paixão
«Quando tinha seis anos queria ser engenheiro de pontes. Tinha paixão
pelas pontes. Ainda hoje sinto um grande prazer quando atravesso as pontes
de Luís I e Maria Pia. Ainda me lembro dos miúdos a saltar da ponte na
Ribeira»
Cartoon denuncia o caos urbano
Formou-se em Arquitectura, no Porto, mas o lápis sorriu ao artista e a
caricatura abriu-lhe horizontes. Em Santa Maria da Feira mostra desenhos
satíricos intitulados «Errare Urbanum Est»
É arquitecto por formação e caricaturista por paixão. Começou a criar
formas e sombras quando ainda era estudante na Escola de Belas-Artes do
Porto. De então para cá, nunca mais parou. «Há 30 anos que trabalho em
projectos ligados ao urbanismo e à reabilitação dos centros históricos. As cidades perderam qualidade de vida e são menos coloridas», diz.
Entra-se na Biblioteca Municipal de Santa Maria da Feira e, nas paredes
brancas do importante e agradável centro de cultura, estão expostos 20
desenhos e cartoons a que o arquitecto Ferreira dos Santos intitulou
«Errare Urbanum Est».
O jogo de palavras não é inocente. Numa frase tenta-se denunciar a
quantidade de atropelos praticados contra o património, a floresta de
betão existente na maior parte das cidades, a desertificação do interior,
a falta de qualidade de vida nas grandes metrópoles.
Mau gosto
«As caricaturas reflectem não só a minha actividade de urbanista como
prolongam o meu empenhamento na denúncia do mau gosto arquitectónico que,
um pouco por todo o lado, tem invadido as nossas cidades e aldeias», diz.
Desassombrado e, por vezes, irónico com a realidade envolvente, o
arquitecto Ferreira dos Santos transportou para a paleta as cores e os
sentimentos, a irreverência do olhar e uma certa impotência perante a
descaracterização das cidades.
«Sou um técnico por formação e como tal, gosto de olhar a arquitectura das
cidades do meu país. Mas, por vezes, fico estarrecido com aquilo que vejo
à minha frente. Não é só a «maison» de cores garridas que perturba a
paisagem. Os mastodônticos centros comerciais e a inestética arquitectura
que apresentam também contribuem para o péssimo tipo de urbanismo. Por
isso, utilizo o lápis (e as cores) para criticar a falta de
sensibilidade», referiu.
Como a culpa não pode morrer solteira, o cartoonista soltou a língua. «A
maior parte dos autarcas não tem consciência daquilo que assina quando dá
luz verde a um projecto. Existe muita falta de preparação. Por exemplo, em
S. João da Madeira, existem cerca de 120 rotundas numa área de oito
quilómetros quadrados. Como foi possível tamanha barbaridade num
território tão pequeno?», pergunta.
Talvez por isso, o artista inspirou-se na caricata situação e criou um
cartoon onde o humor e a denúncia andam de braço dado. «Como existiu uma
fobia muito grande em importar modelos de outros países, a cidade perdeu
qualidade de vida urbana. Porém, não se pode demolir o que foi feito. As
gerações do futuro vão pagar uma factura muito grande», sustentou.
Se Fernando Pessoa definia as sátiras de Almada Negreiros como o «sorriso
do seu lápis», o arquitecto Ferreira dos Santos utiliza o cartoon e
caricatura como mensagem da cidade sonhada e que importa redescobrir.
Feita a apresentação da sua obra, resta dizer que o artista nasceu em
Cucujães, Oliveira de Azeméis e exerce funções na Direcção Regional do
Ambiente e Ordenamento do Território. O cartoon, diz, faz parte da sua
vivência. «Já não sei viver sem os desenhos. Agora sou feliz, mas a
caminhada não foi fácil».
Lugares de infância
«Nasci numa freguesia (Cucujães) marcada pela ruralidade. Por lá passei os
melhores tempos da minha infância e, por isso, recordo com alguma
nostalgia, os banhos no rio, os passeios na quinta onde vivia o meu avô,
os jogos tradicionais. Sempre que posso vou a Cucujães revisitar os
lugares da minha meninice»
Regresso a Tintin
«Nunca fui um apaixonado pela BD, mas sempre me interessou o boneco, o
desenho, a figura expressa. Mas a revista aos quadradinhos do Tintin
provocou atenção e curiosidade. Andei pelas Belas-Artes mas, em vez da
pintura, tornei-me um autodidacta da caricatura»
Pontes de paixão
«Quando tinha seis anos queria ser engenheiro de pontes. Tinha paixão
pelas pontes. Ainda hoje sinto um grande prazer quando atravesso as pontes
de Luís I e Maria Pia. Ainda me lembro dos miúdos a saltar da ponte na
Ribeira»
MANUEL VITORINO
13 comentários:
Excelente Curriculum:)Ordene por favor o que está desordenado, com esta confusão no território o nosso olhar até fica"azambuado".
Um abraço e até um dia destes.
Bem queria ordenar essa merda mas não consigo! Estava agora mesmo a tentar!
Beijinho Navegadora
Foda-se prá minha incultura informática! :(
Tens um excelente curricullum, ou será curriculum? Caguei. O que importa é que tens uma obra feita muito vasta e bastante importante, mas ainda não a acabaste. Por isso, BAI MAZÈ TRABALHARE!
;)
Ab
Tá bem! Já tenho travalho prámanã à 9 horas! lol
Olha Bernardo, esta merda num é cu num sei quê! Foi uma Entre Vista do Jota Nê!
Eu sei que é uma entrevista, ó pascácio. Que por sua vez demonstra o teu bom curriculiumerda, ok?
Bai lamber pinceis, ó pinturesco!
(anda p`rai todo inchado porque foi entrevistado, pff.. Eu também já foi muitas vezes e não ando ai feito galaró.)
BAI MAMAR, Ó BOIE!!
Olha não é Jota Nê, é Jota Éne!
Navegadora
Aparece quando te aprouver isto é sempre!
Bernardo
Puta de paciência que eu tenho! Um dia perco-a! Ai o caralho! lol
Sabão
Vai comentar pró caralho, tá?
Tou cá com um medinho. Ui..Ai..Salvem-me do Sabão!!
BAI MAZÉ MAMAR NA QUINTA PATA DO CABALO!
Vê-se que tens construido umas belas pontes ,na tua vida!
Parabéns!
Beijinhos
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