segunda-feira, 7 de junho de 2010

José Sócrates começou a dedicar-se à caça e, com a sua conhecida mania
das grandezas, em vez de se dedicar às lebres ou às perdizes, resolveu ir
ao Alasca caçar ursos.
Depois de vários dias à espreita, avistou um urso, apontou e abateu o
animal. Estava a pular de alegria, abanando as mãozinhas, quando sentiu uma pancadinha nas costas. Era outro urso, maior, que sacudindo a cabeça em sinal de desaprovação, disse:
- Não deverias ter feito isso - Mataste um dos meus semelhantes, e agora
vais ter de pagar. Preferes morrer ou ser violado? Sócrates nem hesitou,
entregando-se ao animal. Sobreviveu, mas jurou vingança.
Um ano depois, voltou ao Alasca disposto a matar o urso que o violentara.
Avistou-o, apontou e abateu-o com um único tiro. Logo sentiu uma
pancadinha nas costas. Era outro urso, muito maior do que o que ele tinha morto. O bicho repetiu o discurso do ano anterior:
- Mataste um dos meus semelhantes e vai ter de pagar. Preferes morrer ou ser violado? Sócrates nem queria acreditar naquilo! A cena repetia-se!
Jurando vingança, entregou-se ao animal monstruoso.
No ano seguinte, sedento duma desforra, voltou ao Alasca. Avistou o
gigantesco urso, apontou e abateu o animal com um tiro certeiro. Já pulava de alegria quando sentiu outra pancadinha nas costas. Era um urso descomunal, que disse:
-Diz-me a verdade, tu não vens aqui p'ra caçar, pois não?!